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Hermínio Loureiro em entrevista ao Jornal Record: «Vítor Pereira é homem sério...»

RECORD (R) – Está satisfeito com as performances dos árbitros, faz a mesma avaliação que Vítor Pereira que aponta uma taxa de sucesso nas decisões na ordem dos 95 por cento?
HERMÍNIO LOUREIRO (HL) – Não tenho essa estatística, pois é um trabalho desenvolvido ela Comissão de Arbitragem. A minha preocupação pelo sector da arbitragem é dar melhores condições aos árbitros para estarem mais bem preparados e cometerem menos erros.

R – Mas está preocupado com a frequência dos erros grosseiros?
HL – Na minha opinião fala-se de mais de arbitragem em Portugal. Isso não acontece nas outras ligas europeias, apesar de haver tantos ou mais erros.

R – E tem alguma explicação para isso?
HL – Nós portugueses temos a tendência para discutir as questões acessórias em detrimento das essenciais. Discutimos futebol com uma paixão enorme, com uma grande cultura clubística e uma pequena cultura desportiva. Assim, acabamos por discutir nos cafés, no local de trabalho, na rádio, na televisão, nos jornais a arbitragem.

R – Atendendo ao investimento que foi feito, não está desiludido com esta espiral de erros?
HL – Temos vindo de facto a fazer um grande investimento. Neste momento, a Liga afecta quase 3 milhões de euros do orçamento à arbitragem. Temos hoje mais centros de treino espalhados pelo país com professores de educação física e técnicos de arbitragem e psicólogos. Há um esforço grande para que os árbitros tenham uma prestação de excelência nos 90 minutos. Infelizmente isso não tem acontecido. Não ponho a cabeça na areia.

R – E fica preocupado?
HL – Claro, mas temos em curso um processo de profissionalização que ainda não deu passos mais firmes não por questões financeiras – é de resto a que terá menor impacto – mas há um conjunto de outras situações, em resultado da publicação do Regime Jurídico das Federações Desportivas, que teremos de avaliar. Vai haver um único Conselho de Arbitragem que terá secções especializadas para as competições profissionais e não profissionais pelo que vamos ter que proceder a ajustamentos.

R - Quando é que vamos ter árbitros profissionais?
HL –O mais rápido possível. Mas devo dizer de forma clara que a profissionalização da arbitragem não vai acabar com os erros. Isso é uma falsa questão. Há outras questões que considero essenciais: o processo de recrutamento e de formação da arbitragem. As competições profissionais recebem os árbitros, não têm nenhum papel no seu recrutamento e formação. E deviam ter. Os árbitros chegam à competição profissional e só então a sua gestão e acompanhamento é feita pela Comissão de Arbitragem. Tem de haver uma maior inter-acção neste processo. Depois, é preciso premiar o mérito. Finalmente, outro aspecto: a disponibilidade que os árbitros devem ter para actuarem. Muitas vezes não sabemos em que condições estão sob o ponto de vista familiar ou profissional para poderem desempenhar bem a sua função.

Lê o resto da entrevista aqui... sempre interessante.

Fonte:
Jornal Record - Ver notícia

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