Arbitragem Bracarense

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Na mais recente reunião de árbitros de elite e de primeira categoria da UEFA, os principais juízes europeus ouviram que o uso correcto da linguagem corporal ajuda a melhorar a sua prestação debaixo de ambientes de enorme pressão, como o são os grandes jogos.

Indicações preciosas:
Reunidos em Nyon, na Suíça, os árbitros presentes receberam indicações preciosas da parte do psicólogo desportivo suíço Mattia Piffaretti sobre como melhorar e aperfeiçoar a sua actuação dentro do relvado. Piffaretti apontou quatro razões-chave pelas quais a linguagem corporal é uma importante arma do arsenal dos árbitros. Primeiro, a sua actividade é de cariz internacional, o que implica que tenham de dirigir encontros envolvendo indivíduos de diferentes culturas; depois, a comunicação verbal pode ser complicada em jogos diante de adeptos muito ruidosos, tendo a linguagem corporal bem mais impacto nestas circunstâncias; para além disso, à velocidade a que os jogos de futebol são actualmente disputados, a linguagem corporal permite efeitos imediatos, evitando constantes paragens que seriam necessárias caso fosse necessário abordar o jogador verbalmente. Por fim, muitas vezes é complicado chegar por palavras às emoções dos jogadores, sendo o uso de gestos bem mais efectivo.

Quantidade e qualidade:

"A linguagem corporal deve ser alterada consoante a situação. Trata-se de uma forma de comunicação que necessita de ser, simultâneamente, natural e fluída", explicou Piffaretti. "Devem usá-la com qualidade e em quantidades adequadas, pois caso contrário irão tornar-se numa figura que não são e os jogadores irão percebê-lo".

Conscencialização:
O uso da linguagem corporal exige conscencialização, conhecimento cultural e inteligência emocional", acrescentou. "Permite expressar pensamentos, intenções e estados de espírito através de sinais, o que significa que serão compreendidos quando partilhados. Contudo, a linguagem corporal pode, por vezes, ser enganosa, pois mistura diferentes níveis de complexidade. É uma ferramenta muito poderosa, mas tem de se ter cuidado ao usá-la. Certos gestos podem estar ligados a certas culturas e podem levar a diferentes interpretações. Pode ser-se mal interpretado. É importante estar consciente das diferenças culturais e conhecê-las".

Uso razoável:
Piffaretti
explicou aos juízes presentes que o uso da linguagem corporal por parte de um árbitro pode levar ao estabelecimento de relações com os jogadores dentro de campo, ao mesmo tempo que permite manter o controlo do jogo. Transmite confiança, tranquilidade, firmeza, autoridade e até mesmo um lado humano do juiz, por exemplo, em caso de lesão de um atleta". "Mas têm de efectuar um uso razoável da linguagem corporal, porque há o risco de os jogadores começarem a vê-los mais como um amigo do que como um líder dentro de campo", salientou. "Os árbitros usam a linguagem corporal para aperfeiçoar as suas actuações, mostrar liderança, melhorar capacidades de controlo do jogo como a mediação e a ligação aos jogadores e para ganhar o respeito e a confiança destes. Mas não precisam de se exibir demasiado ou exagerar. Têm de continuar a ser vocês mesmos".

Olhar para trás e preparar o futuro:
Durante esta reunião da UEFA - na qual também estiveram presentes os principais árbitros auxiliares - olhou-se ainda para o UEFA EURO 2008™ e fez-se uma antevisão da nova temporada do ponto de vista da arbitragem. Foram ainda realizadas sessões de treino físico sob as ordens do preparador físico de árbitros belga, Werner Helsen. A UEFA vai, agora, analisar os debates levados a cabo e as opiniões resultantes do curso, de forma a delinear um conjunto de conclusões que servirão de guia instrutório para árbitros e árbitros assistentes durante a temporada 2008/09.

Fonte:
UEFA

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